Embora hoje, a luta pelos direitos e condições dignas de acessibilidade em meio a esse caos urbano seja uma luta praticamente recente, nas sociedades primitivas os cegos eram inexistentes. Esta afirmação pode ser justificada por meio das práticas seletivas e segregacionistas exercidas, tais como: o infanticídio, a morte prematura, o abandono das pessoas que adquiriram a cegueira ou ainda por causa da invisibilidade no meio público, devido ao isolamento forçado. Os hebreus consideravam as pessoas cegas indignas, porque acreditavam que a cegueira se originava dos pecados cometidos; como uma forma de castigo.
Na Idade Média, também davam à cegueira o sentido de castigo ou vingança. Na época das Cruzadas, 300 soldados franceses tiveram seus olhos arrancados pelos muçulmanos. Para atendê-los, Luis XIII (1260) fundou em Paris o asilo de Quinze-Vingts, destinado exclusivamente à assistência as pessoas cegas. Através desta iniciativa, tem início o reconhecimento social da pessoa cega e a demonstração da necessidade de um programa institucional para reabilitá-la. Porém, a criação do asilo teve, na época, outro caráter: visava recolher e isolar os cegos mendigos que viviam nas ruas de Paris.
De pecadora para eleita de Deus
Com o Cristianismo, a pessoa cega a pessoa cega passou a ser dignificada e vista como eleita de Deus; ainda que houvesse um dualismo, pois ora eram vistas como virtuosas, ora o conceito de pecado ainda estivesse presente.
No século XVIII, a Ciência substitui essa visão supersticiosa, até então presente. Através dos primeiros conhecimentos anatomofisiológicos do cérebro, do olho e de suas respectivas estruturas. Em 1784, é criada por Valentim Hauy, a escola residencial denominada Instituto Real dos Jovens Cegos de Paris. Copiado anos depois pelos Estados Unidos e na Europa.
Em 1829, Louis Braille criou o Sistema Braile: um código universal de leitura tátil e de escrita, usado por pessoas cegas. No século XX, foram criadas as primeiras escolas para crianças com baixa visão. Em 1913, os Estados Unidos criaram a primeira escola inclusiva que defendia a inserção de crianças com deficiência visual em classes de crianças com visão normal.
Brasil
A partir de 1945, passou a oferecer curso ginasial e o ingresso dessa população ao curso secundário e às universidades |
Fonte: Unicamp
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