quarta-feira, 27 de abril de 2016

As bactérias que habitam objetos de uso comum no ambiente hospitalar

Boa parte dos hospitais contam com caixas
eletrônicos, cujos teclados e telas escondem
uma variedade enorme de bactérias
      Funcionários ou pessoas saudáveis que, por algum motivo, tiverem que entrar em um ambiente hospitalar devem ficar atentos a um perigo invisível a olho nu, mas de grande risco à saúde: os micro-organismos que causam as temidas infecções hospitalares. Uma equipe do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo identificou mais de 2 mil gêneros de bactérias em superfícies de contato no Hospital das Clínicas, o HC, da capital paulista. Eles vivem em objetos de uso comum, como botões de elevador, teclas de caixas-eletrônicos, relógio de ponto biométrico, dentre outros. Locais que parecem inofensivos, comparados às salas de isolamento, laboratórios e contêineres de lixo infectado. 

      Liderado pelo pesquisador Sabri Sanabani, o grupo coletou amostras que resultaram na identificação de 926 famílias de 2.832 gêneros de bactérias. Algumas delas podem ser perigosas até para pessoas saudáveis, como a Salmonella entérica e a Staphylococcus aureus. E mais perigosas ainda para pacientes imunocomprometidos, como pessoas com câncer. O trabalho de identificação desses micro-organismos só foi possível graças a métodos modernos de biologia molecular, que utilizam equipamentos que conseguem ler rapidamente milhões de fragmentos de DNA ao mesmo tempo, permitindo análises antes impossíveis de fazer. A enorme diversidade de população bacteriana foi uma verdadeira surpresa para os pesquisadores. Os resultados foram encaminhados ao HC.

Demais hospitais

       Sanabani afirma ser impossível encontrar um hospital livre de germes. Daí a importância de campanhas educativas que alertem sobre higiene. A limpeza, que remove 90% dos micro-organismos, deve ser realizada de uma forma padronizada, ou se possível, por meios automatizados para garantir um nível adequado de higienização. Estudos como estes são importantes para avaliar o estado atual dos ambientes hospitalares e identificar as áreas que se beneficiariam mais com uma higienização completa, ou em casos específicos, uma reforma.

Fonte: USP

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