Diante do roteiro da vida, você pode ser o diretor da historia e escolher o tom que dará a cada cena |
A caminho de casa, pensei: quantas pessoas conseguem debochar da própria vida? Pelos anos de sofrimento, talvez dona Maria tenha bem menos idade do que o seu corpo revela. Mas estou certa de que estes anos que a vida lhe tomou, dona Maria da Penha os gastou com amores frustrados e perdidos. E hoje vê graça na vida, sem ao menos ter ideia de que é mais uma vítima dentre tantas mulheres que motivaram a elaboração de tal lei.
Ao longo de toda a sua vida houveram dores, houveram lágrimas. Mas com o tempo, dona Maria, diante de uma historia já escrita, dona Maria, enquanto diretora da própria vida, deu às cenas de seu filme de terror, tons de comédia.
Desde que nascemos, o roteiro da nossa vida apresenta todos os gêneros de filmes. Nesses momentos, não somos os donos da historia, não somos os roteiristas. Vivenciamos o drama, diante de perdas daqueles que amamos. E a comédia da vida tenta amenizar os momentos tristes.
Diante da violência das grandes - e por que não, pequenas também - cidades nos remetem aos filmes de faroeste. Estamos cercados de bandidos, e diante de tais, somos os mocinhos da historia. Muito embora, muitos faroestes da vida real terminam como filmes de terror. Romance? Temos sim, e de todos os tipos, mas a maioria não termina com o famoso e batido "viveram felizes para sempre". E quando apimentamos as relações, somos atores e atrizes dos filmes proibidos para menores de 18 anos.
Muito embora você possa não ser o autor da sua própria história, você pode escolher dirigir cada cena, e dar a ela um tom mais ou menos dramático, mais ou menos romântico, mais ou menos violento, mais ou menos cômico. E por que não, mais ou menos erótico? Depois de muitos anos de percalços, provavelmente dona Maria da Penha já tenha encontrado o tom a dar às cenas de sua vida. E com elas, esteja em busca do almejado final feliz para o seu filme. Portanto, você já escolheu qual tom dará às cenas da sua historia?
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