quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Os esteriótipos que se perpetuam ao longo do tempo

 
Rosalie Duthé foi considerada uma loira dotada de
pouca inteligência
    U
m dia alguém faz um comentário, outra pessoa o repete e, de repente, os esteriótipos são criados. Quem não fez, ou já ouviu uma piada que associa a mulher loura com a falta de de inteligência? Dita em tom de brincadeira e, por vezes, até aceita no mesmo tom, a piadinha só acaba reforçando o imaginário masculino de menosprezo à mulher, quando se aproveita do tal esteriótipo enraizado na sociedade.

     Muitos, ou quase todo aquele que reproduz a "brincadeirinha", nem sequer sabe onde e como surgiu a máxima de julgar a mulher loira como uma pessoa "burra". O poeta romano Propércio (Sextus Aurelius Propertius - 43 a.C - 17) criticou severamente as mulheres que alteravam a cor de seus cabelos no século I a.C. Dizia-se, na época, que clareavam seus cabelos para imitar as gaulesas e germânicas, mulheres de povos bárbaros, considerados estúpidos. "Muitos males cercam a jovem que estupidamente pinta seu cabelo com falsa cor." Os bárbaros eram tidos como um povo ignorante e selvagem, portante, se parecer com elas - as mulheres - seria uma burrice.

     De acordo com a Ecnyclopedia of Hair, o mito vem da biologia. Fios louros são comuns em crianças e tendem a escurecer quando crescemos. Portanto, cabelos claros são associados com infantilidade, ingenuidade, e menos habilidade com a linguagem. Outros atribuem o conceito moderno a uma cortesã francesa chamada Rosalie Duthé, que era conhecida por ser bonita, mas de "cabeça vazia" e incapaz de manter uma conversa coerente. Nascida no ano de 1748, serviu de companhia para reis franceses e a nobreza europeia. Duthé era muitas vezes solicitada para retratos, incluindo nus parciais e totais, muitos dos quais ainda existem em museus e coleções particulares.

     Chegando aos dias atuais, uma pesquisa realizada pela Universidade de Queensland na Austrália, revela que as loiras têm salários 7% maiores do que mulheres com outra cor de cabelo. Segundo David  Johnston, coordenador do estudo, a associação entre loiras e beleza prevalece sobre qualquer esteriótipo de que elas sejam menos inteligentes.

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