Doença atinge principalmente as mulheres. Há tratamento para o transtorno |
A oniomania, doença que ataca esse tipo de compulsivo, é caracterizada como um transtorno de personalidade e mental, classificado dentro dos transtornos do impulso. Para o consumidor compulsivo, o que lhe excita é o ato de comprar, e não o objeto comprado. Segundo explica o neuropsicólogo Daniel Fuentes, e coordenador de Ensino e Pesquisa do Ambulatório do Jogo Patológico e Outros Transtornos do Impulso, AMJO, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, FMUSP, a pessoa tem vontade de adquirir, mas não de ter. Um transtorno com prevalência estimada em 5% da população geral. Em sua maioria, as mulheres são as que mais apresentam o transtorno, mas no geral, todos os portadores possuem temperamento forte, são ágeis, dinâmicas, inquietas, perfeccionistas, possuem uma desenvoltura social e cultural maior, são imediatistas e muito inteligentes. Mas essa inteligência não é exercida antes da compra, mas depois dela, reconhecendo que "fizeram besteira" porque compraram além da necessidade. Pessoas com oniomania também podem apresentar outros transtornos psiquiátricos associados, como ansiedade, depressão e transtorno bipolar
Equivocadamente, muitas pessoas acreditam que os compulsivos compram por problemas emocionais. A depressão até está ligada ao comportamento, mas não é o que determina o impulso para a compra. As pessoas compulsivas, mesmo quando tratadas com medicamentos antidepressivos, não deixam de ter seus impulsos e, quando conseguem se recuperar, passam por uma crise de abstinência parecida com a dos usuários de drogas pesadas.
Os compulsivos contraem dívidas de até dez vezes a sua renda mensal. Quando são privados de meios de comprar, chegam até a roubar. Essas pessoas, até então, eram honestas e se deixaram levar pelo impulso de comprar. Não é um defeito de caráter, é uma doença.
Propaganda, a inimiga dos compulsivos
Apesar de vivermos numa sociedade que nos cerca de propagandas o tempo todo, isso não é o principal motivo para uma pessoa tornar-se compulsiva. Mas os compulsivos são presas fáceis do marketing, apesar de que ele não tem esse propósito; sua intenção é atingir todo e qualquer consumidor. Às vezes, um produto em destaque no supermercado, leva o compulsivo a adquiri-lo; no entanto, ele poderia comprar qualquer outro produto, pois o impulso que lhe faz comprar independe do que ele vai adquirir. No caso de compras pela TV ou internet, há muita devolução do produto justamente porque ele não é o mais importante no ato da compra. Quando o produto chega em casa, a pessoa percebe que comprou algo inútil e o devolve.
Tratamento
O Instituto de Psiquiatria dispõe de ambulatório para tratamentos de homens e mulheres de 21 a 60 anos de idade, que apresentem que apresentem comportamento repetitivo e crônico de gastar descontroladamente. Serão oferecidos tratamentos médico/medicamentoso e psicoterápico gratuitos.
Mais informações: 11- 2661-7805
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