Criada numa fazenda na Escócia, seu trabalho é inspirado na fauna e na flora |
Foi em 2013, que a artista, que tem em seu currículo trabalhos para clientes como Absolute Vodka, a rede de televisão Channel 4, e outros, ficou famosa no mundo todo como autora de livros. O primeiro, intitulado Jardim Secreto, atingiu a marca de 1 milhão de cópias vendidas em todo o mundo. O segundo, Floresta Encantada, lançado em 2015, só em um mês, vendeu 236 mil cópias.
Para quem não conhece, os livros contem basicamente desenhos em preto e branco para colorir,e por serem complexos em detalhes, são recomendados para adultos. Possuem ilustrações intrincadas, com detalhes ocultos. Enquanto a pessoa está colorindo, por exemplo, uma grande árvore com centenas de folhas, ela acaba encontrando um pássaro ou algum outro animal. Já nas primeiras páginas, Johanna lista quantos animais estão escondidos dentro do livro. E colorir passa a ser uma aventura de descobertas.
Uma ideia que parecia simples e impossível de ter sucesso, deu certo; especialmente no Brasil. É só entrar nas livrarias, que eles estão dispostos de forma a chamar a atenção. Os adultos que gostam de pintar e adotaram o hábito, afirmaram se sentir mais calmos.
Formação
Johanna formou-se em 2005 em licenciatura em tecidos impressos com um portfólio recheado de serigrafias de seda monocromático e desenhos à mão. A autora não gosta de utilizar o computador, porque acredita que esse tipo de trabalho é frio, enquanto que os desenhos manuais captam uma sensação de energia e caráter que nenhuma máquina consegue reproduzir.
Um caso de amor e ódio com o mercado editorial
Segundo matéria publicada no Jornal Folha de São Paulo, no último dia 26 de maio, 11 dos 20 livros mais vendidos no Brasil são livros de colorir para adultos. O já citado Jardim Secreto e Mãe, Te Amo com Todas as Cores encabeçam a lista.
Há os que discordam da classificação. Carlos Andreazza, editor-executivo da editora Record, lança uma campanha para a maioridade intelectual. "Caderno de atividades não é livro, logo não deve estar na lista de mais vendidos", diz ele na matéria. Pedro Herz, diretor-presidente da Livraria Cultura, critica o que chama de "moda passageira". "Amanhã muda, e será livro de sudoku. Passatempo um pouco mais inteligente". Tanto Herz quanto Andreazza associam o fenômeno à educação deficiente, que afeta o público leitor do país.
Por outro lado, Rafaella Machado, editora do selo Galera, encara como "tolice elitista protestar contra qualquer hype. Esses livros atingem quem lê no máximo um livro por ano".
Para atiçar a polêmica, Carlo Carrenho, editor do site PublishNews, que publica o ranking dos livros mais vendidos, lançou a provocação pelo Facebook: "E um livro para colorir com textos de Paulo Coelho e ilustrações de Romero Britto"? Um afronta para os respectivos fãs.
Foto: Site Cult Pens
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