Diego-san, bebê robótico com feições semelhantes a um bebê humano |
Décadas passadas, quando internet era uma palavra desconhecida, redes sociais, uma junção de duas palavras sem sentido algum e telefone inteligente poderia ser tudo menos o que conhecemos como smarthphone, o senso-comum dizia que um dia a máquina iria substituir o homem. E o medo de uma sociedade robótica aterrorizava os mais pessimistas.
Sim, ela substituiu. E ela até se parece conosco. Impossível imaginar o quanto de tecnologia é empregada nos setores de produção das mais variadas empresas. Sozinha, uma impressora em 3D é capaz de recriar um coração humano. Se bem que sozinha, exatamente não, porque necessita da ajuda de um ou outro técnico. Os avanços, acabaram com algumas profissões, e estão deixando outras, em vias d extinção. Cobrador de ônibus é uma delas. A telefonista que nos idos anos de 1980 nos atendia para nos dar um número de telefone, já foi substituída por uma gravação. Quem nos atende hoje são secretárias eletrônicas. E radares inteligentes substituem agentes de trânsito.
Tantas são e foram as mudanças. Mas na parte em que máquina não conseguiu se igualar ao homem, nós é que nos igualamos a ela: humanizamos a máquina, mas robotizamos nossos sentimentos.
Não sabemos lidar com as questões que nos afligem. A geração Rivotril necessita controlar suas emoções. Uma vez sob o domínio de remédios e uma infinidade de psicoterápicos, sentimos ter pleno domínio sobre nossas emoções. Temos medo de amar, porque tememos mais ainda a frustração que a escolha equivocada poderá nos trazer. Não conseguimos dizer abertamente um "eu te amo", ou "eu me importo com você". Preferimos nos calar para não parecermos um estranho no ninho. Ser diferente não nos conforta; mas sermos iguais e pensarmos como a maioria nos consola.
Tememos a solidão, mas temos a dificuldade que representa a entrega para novas amizades, simplesmente porque julgamos em excesso. E se porventura algumas de nossas escolhas nos levam a arrependimentos, pouco aprendemos com os erros. Temerosos, nos limitamos a novas tentativas.
Temos medo do escuro, mas não mantemos a luz acesa dos nossos corações. Sentimos frio, fome, sede, mas não conseguimos compreender o frio, a fome e a sede do outro. E não aceitamos que não sabemos compreender. Camuflamos nossa dor, porque mostrá-la nos torna frágeis. Falamos o que queremos, mas não sabemos escutar o que devemos. Queremos tudo; não damos nada.
Achamos que somos diferentes, mas nos tornamos todos iguais. Robotizados estamos. Talvez lá no futuro, uma máquina será capaz de nos humanizar.
Foto: Youtube
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