quinta-feira, 18 de junho de 2015

QUINTA FEMININA: Dorina Nowill, uma historia de superação e auxílio aos deficientes visuais

Primeira cega a frequentar um curso regular
Dorina de Gouvêa Nowill nasceu em 28 de maio de 1919. Ficou cega aos 17 anos de idade em virtude de uma infecção ocular. Mas isso não foi motivo para abandonar os estudos, e naquela época, livros em Braille eram raríssimos. Mesmo assim superou dificuldades e formou-se professora. Percebendo, desde então, a carência de livros em Braille no Brasil, criou, com a participação de Adelaide Reis de Magalhães e mais seis normalistas da Escola Normal Caetano de Campos, a Fundação para o Livro do Cego no Brasil, que iniciou suas atividades em 1946 e desde 1990 passou a se chamar Fundação Dorina Nowill para Cegos, em sua homenagem.

Especializou-se em educação de cegos no Teacher's College, da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos. Naquela ocasião, participou de uma reunião com a Diretoria da Kellog's Foundation e expôs o problema da falta de livros em Braille para os cegos brasileiros e da necessidade de se conseguir uma Imprensa Braille para a Fundação. Em 1948, a Fundação Dorina Nowill para Cegos recebeu da Kellog's Foundation uma Imprensa Braile completa com maquinários, papel e outros materiais. Hoje, esta Imprensa Braile utiliza produção em larga escala, equipamentos de grande porte, recursos humanos especializados e matéria prima especial.


Mais de 60 anos de trabalho e auxílio
Lutou também pela abertura de vagas e encaminhamento das pessoas com deficiência visual para o mercado de trabalho. Escreveu o livro E Eu Venci Assim Mesmo, lançado em 1996 e traduzido para o espanhol.

Pioneira em seu tempo, ocupou importantes cargos em organizações internacionais de cegos. Foi inclusive Presidente do Conselho Mundial para o Bem-Estar dos Cegos, hoje União Mundial dos Cegos. 

Casou-se com o advogado Edward Hubert Alexander Nowill, a quem conheceu quando estudava na Universidade de Columbia, como bolsista de uma fundação voltada para a educação e reabilitação de cegos. Tornou-se mãe e avó de vários netos. Morreu em 2010, aos 91 anos em função de uma parada cardíaca.

A Fundação


Há mais de seis décadas, a Fundação Dorina Nowill tem se dedicado à inclusão social das pessoas com deficiência visual, por meio da produção e distribuição gratuita de livros em Braille, falados e digitais acessíveis, diretamente para pessoas com deficiência visual e para cerca de 2.500 escolas, bibliotecas e organizações de todo o Brasil.

A Fundação é uma organização sem fins lucrativos e de caráter filantrópico e, ao longo dos anos, produziu mais de seis mil títulos e dois milhões de volumes impressos em Braille. Produziu ainda mais de 1.600 obras em áudio e cerca de outros 900 títulos digitais acessíveis. Além disso, mais de 17 mil pessoas foram atendidas nos serviços de clínicas de visão subnormal, reabilitação e educação especial.

Com sede em São Paulo, a Fundação Dorina Nowill atua em todo o Brasil por meio de projetos e ações que visam a inclusão de pessoas com deficiência visual.

Fonte e fotos: Fundação Dorina Nowill e Ethel Rosenfeld

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