terça-feira, 9 de junho de 2015

Iphan lança plataforma digital sobre as baianas de acarajé

No tabuleiro da baiana tem...de tudo e mais um pouco
No Brasil, há mais de 5 mil baianas de acarajé. A maioria, claro, encontra-se no estado da Bahia, com uma grande concentração em Salvador. Por isso, como meio de valorização, difusão e divulgação junto à sociedade de um bem cultural plenamente incorporado à cultura brasileira, a Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional da Bahia, o Iphan, lançará, oficialmente em julho, uma plataforma digital com informações sobre a vida e o ofício das baianas de acarajé. A iniciativa faz parte das comemorações dos 10 anos do registro da arte como Patrimônio Cultural do Brasil desta prática tradicional ligada ao culto dos orixás.

O Iphan investiu R$ 100 mil no desenvolvimento do projeto de organização e digitalização do acervo documental e na implantação da plataforma digital, que contém os dados cadastrais da Associação das Baianas de Acarajé, Mingau, Receptivo e Similares, Abam, da Secretaria Municipal de Ordem Pública, Semop, de Salvador e da Federação Nacional do Culto Afro-Brasileiro, a Fenacab. A ação teve o apoio do Instituto Palmares.

A Plataforma Oyá Digital, referência ao orixá patrono do ofício da baiana, permitirá a localização das baianas em um mapa e disponibilizará ferramentas de pesquisa para obter dados sobre as mesmas. A plataforma abre a possibilidade de subsidiar pesquisadores na produção de estudos mais detalhados, e aos gestores, no planejamento e execução de políticas públicas que beneficiarão as baianas de acarajé. O acesso é através do endereço www.oyadigital.com.br

Um Patrimônio Imaterial

Desde 2005, o ofício das baianas de acarajé é registrado como Patrimônio Imaterial Brasileiro pelo Iphan e diz respeito a prática tradicional de venda nos espaços públicos, em tabuleiros. Dentre as comidas, destaca-se o próprio acarajé, que consiste de um bolinho de feijão fradinho preparado de maneira artesanal, na qual o feijão é moído em um pilão de pedra (pedra de acarajé), temperado e posteriormente frito no azeite de dendê fervente. Para sua comercialização, são utilizados vatapá, caruru e camarão seco, como recheio, e no tabuleiro também são encontrados outros quitutes tais como abará, passarinha (baço bovino frito), mingaus, lelê, bolinho de estudante, cocadas, pé de moleque e outros.

A vestimenta, uma característica dos ritos do candomblé, constitui um forte elemento de identificação desse ofício, composta por turbantes, panos e colares de conta que simbolizam a intenção religiosa.

A receita do acarajé é proveniente do Golfo do Benim, na África Ocidental, tendo sido trazida para o Brasil pelos escravos trazidos daquela região. É oferecido, sem recheio, nos cultos às divindades do candomblé, especialmente a Xangô e Oyá (Iansã).

Fonte: Iphan
Foto: Internet

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