terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Ser diabético ou ter diabetes. Há diferença?

    Em termos médicos, não. Mas no convívio social sim. Recentemente, Amir Khan, repórter da área de saúde e bem-estar do US News publicou um artigo, em que sugere a retirada do termo "diabético" quando se referir a alguém com diabetes. No artigo, discute-se, também, o fato de existir um estigma de culpa relacionado ao diabetes, que é reforçado ao se usar o termo "diabético". A educadora em diabetes Evan Sisson reforça essa ideia, dizendo que referir-se a alguém como "diabético" implica que ele não é nada mais do que a disfunção. "É como o diabetes o definisse como pessoa." Além disso, usar esse termo com as crianças, passará a ideia de que ela é diferente das demais.

     Pode parecer apenas uma questão de nomenclatura, mas termos como "pessoa com diabetes", ou "fulano tem diabetes", mantêm a pessoa, e não a doença, em primeiro lugar. Da mesma forma, pessoas com outras disfunções não gostam ou não gostariam de ser abordadas com o uso de adjetivos ou substantivos como "asmático", "canceroso", "epilético", ou "aidético".

     As maiores entidades internacionais dedicadas ao diabetes, incluindo a American Diabetes Association e a International Diabetes Federation, não admitem o uso do substantivo "diabéticos" em suas revistas científicas. Apesar de nem todos ligarem, um levantamento mostrou que 40,7% admitem que se incomodam quando chamados de "diabéticos". E 25% das pessoas com diabetes tipo 1, aqui no Brasil, escondem a disfunção.

      Portanto, cabe à sociedade uma adequação no vocabulário, ainda mais porque 54,1% destes pacientes dizem que a disfunção foi a pior coisa que aconteceu em suas vidas. E que preferem ser reconhecidos por outras de suas características.

Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes

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