quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Cachaça ou aguardente? Classificação poderá valorizar bebida nacional

Marcadores químicos indicarão atestar a procedência da
bebida
     Cachaça e aguardente são produtos nacionais. A diferença entre elas está na produção. Enquanto a aguardente é produzida industrialmente em grandes quantidades com destilação em coluna e tem teor alcoólico de até 54 graus, a cachaça é artesanal, destilada em coluna ou alambique e costuma ter maior qualidade, com teor de até 48 graus. Mas ambas são feitas a partir do caldo da cana-de-açúcar. E se por aqui, ainda há quem as confunda, no exterior a cachaça brasileira é muitas vezes confundida com o rum caribenho; este produzido a partir do melaço da cana. Por isso que a bebida brasileira não possui a mesma "aura" no mercado internacional que o rum jamaicano ou cubano. Uma das explicações seria a falta de controle de qualidade e de origem das 5 mil a 7 mil marcas comercializadas no Brasil.

     Por esta razão, desde 1990, diversos grupos de pesquisa tentam desenvolver marcadores químicos que possam tanto tipificar a cachaça nacional quanto traçar a sua origem geográfica: a região e o estado em que é produzida. A ideia também é defendida pela entidade da classe. O Instituto Brasileiro da Cachaça, a Ibrac, tem interesse em utilizar esses marcadores para classificar a produção nacional e alavancar as exportações. Segundo a Ibrac, o Brasil produz 700 milhões de litros de cachaça por ano, com movimentação de R$ 1,4 bilhão, sendo o total exportado de apenas 10 milhões de litros.Isso equivale a U$ 17 milhões.

Certificado de Origem

     Assim como ocorre com a produção vinícola, uma vez garantidos os marcadores químicos, será possível outorgar aos produtores da cachaça artesanal um Certificado de Origem. Um passo já foi dado pelos pesquisadores do Laboratório para o Desenvolvimento da Química da Aguardente, do Instituto de Química de São Carlos da Universidade da Universidade de São Paulo, campus São Carlos, com o apoio da Fundação ao Amparo e Pesquisa, a FAPESP. A equipe já desenvolveu marcadores químicos para verificar várias propriedades.

     Os perfis químicos das amostras refletem a produção de cachaça de uma estação do ano específica, por isso que os resultados obtidos não podem ser extrapolados para todos os anos de produção, devido às variações de clima e do regime de chuvas de um ano para o outro. O objetivo final é conseguir certificar a origem da cachaça produzida em todas as regiões do Brasil.

     

Fonte: Agência FAPESP

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