quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

QUINTA FEMININA: Toni Morrison e a abertura à literatura negra nos EUA

Além de retratar o universo feminino, Toni
Morrison escreveu livros infantis, junto ao filho
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       Nobel de Literatura em 1993, por seus romances fortes e pungentes, que relatam as experiências de mulheres negras, a norte-americana Toni Morrison estreou na literatura, em 1970, com O Olho Mais Azul, um estudo sobre raça, gênero e beleza. E como editora, ajudou a tornar a literatura negra popular nos Estados Unidos, publicando autores como Henry Dumas, Toni Cade Bambara, Angela Davis e Gayl Jones.

      A historia desta escritora, que hoje 18 de fevereiro completa 85 anos de idade, começou na cidade de Lorain, em Ohio, quando ainda usava o nome Chloe Ardelia Wofford, mas que, quando se converteu ao catolicismo, aos 12 anos, recebeu o nome de batismo Anthony, o que acabou servindo de base para seu apelido Toni. Em 1949, Toni ingressou na Universidade Howard, formando-se em inglês em 1953. O mestrado veio dois anos mais tarde, pela Universidade Cornell. Atuou como professora em Houston e na própria Howard.

     Casou-se em 1958 e se separou em 1964. Foi então que Toni mudou-se para Nova York, onde tornou-se editora na Random House, uma das principais editoras de língua inglesa do mundo, mas nunca abandonou o magistério, passando a lecionar em universidades de Nova York.

Obras

     O livro O Olho Mais Azul nasceu quando Toni fazia parte de um grupo de poetas escritores que se encontravam na Universidade Howard para discutir literatura. Em um desses encontros, a escritora apresentou um conto sobre uma garota negra que sonhava ter os olhos azuis. O conto serviu de base para o romance. O segundo, Sula, veio em 1973 e foi indicado ao National Book Award. Com o terceiro, Song Of Solomon, Morrison teve repercussão internacional e venceu o National Book Critics Circle Award, premiação britânica.

      O livro Beloved, sucesso de público e crítica. E foi motivo de protestos por parte de 48 críticos literários e escritores por não vencer o National Book Award nem o National Critics Circle Award. O livro ganhou uma adaptação para o cinema, estrelado por Oprah Winfrey e Danny Glover.

      Ainda que o universo de seus romances girem em torno de mulheres negras com personalidades fortes e historias de vida marcantes, Toni não considera suas obras feministas. Ela chegou a afirmar: Não concordo com o patriarcado, e não acho que ele deve ser substituído pelo matriarcado. É uma questão de acesso igualitário, de abrir portas para todos os tipos de coisas.

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