O Joelma começou a ser construído em 1969 e inaugurado dois anos depois, quando foi alugado ao Banco Crefisul Investimentos |
Mais de quatro décadas depois, e o que aprendemos com a tragédia de São Paulo? Nada. Somos solidários às famílias das vítimas, mas pouco cobramos das autoridades competentes rigor na lei e punição aos culpados. E mais. Fiscalização ineficiente abre brecha para, num futuro nada distante, assistirmos outros Joelmas ou outras Boates sucumbirem ao fogo em detrimento do descaso do poder público.
Para ficar apenas com dois exemplos, a morte destas 433 pessoas parece ter sido em vão. Não há o rigor na lei que garanta às famílias, pelo menos um pouco de tranquilidade para lidar com o eterno luto. Parentes de vítimas da Boate Kiss decidiram recorrer à Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos, a OEA, para que o Brasil seja responsabilizado por não punir envolvidos na tragédia. Para os familiares, o Estado, o município e o Ministério Público sabiam de irregularidades na casa noturna e permitiram que ela continuasse funcionando. Ainda assim, de acordo com as famílias, nenhum agente público está sendo processado diretamente pelo caso. Enquanto isso, na Justiça gaúcha, somente quatro pessoas respondem pela mortes.
Muitos, movidos pelo desespero, começaram a se atirar do Joelma. Mais de 20 saltaram, nenhum sobreviveu |
Na ocasião do incêndio do Joelma, o Código de Obras do Município em vigor era o de 1934, quando São Paulo tinha 700 mil habitantes, prédios de poucos andares e menos aparelhos elétricos.
O julgamento, ocorrido no ano seguinte, condenou a prisão cinco pessoas; cujas penas não passaram de três anos.
Reinaugurado em setembro de 1978, o prédio se adequou aos padrões de segurança da época. Em meados de 2000, foi rebatizado como Edifício Praça da Bandeira. Já o destino da Boate Kiss ainda permanece incerto.
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