Débora deve muito a sua mãe, a coragem em lutar contra o preconceito, que pessoas nestas condições são obrigadas a lutar |
Autora de um livro de "fábulas inclusivas" infantis, Débora conta histórias, com texto de apresentação de João Ubaldo Ribeiro, atriz amadora formada em teatro, afilhada do humorista Henrique de Souza Filho, o Henfil, militante cultural e ativista dos direitos de doentes especiais, a professora de 34 anos, formou-se no Magistério, em Natal, no Rio Grande do Norte e fez estágio na Universidade de Campinas. Trabalha há dez anos como professora assistente em turmas de educação infantil e primeiro ano do Ensino Fundamental da Escola Doméstica, instituição particular de Natal.
Segundo contou em entrevista para o Portal R7, durante o Ensino Fundamental, um amigo virou-se para ela e a chamou de "Mongol". Mas sua professora à época, no dia seguinte, explicou a todos os alunos que "mongóis" são os habitantes da Mongólia e ainda ensinou a todos sobre o que vem a ser a Síndrome de Down.
Mas a discriminação não parou por aí. Durante uma aula de Educação Física, Débora ficou de fora na formação da equipe de vôlei, sendo escolhida para completar o time outra aluna, que por sinal, também era portadora da mesma síndrome. Quando Débora pediu para entrar no time, ouviu de uma das participantes: "não, com Down aqui já basta uma." No dia seguinte, a filha do médico psiquiatra José Robério e da procuradora aposentada do Ministério Público Margarida Seabra, compareceu à aula de posse de um cartaz onde dizia: "preconceito dá cadeia". A autora do crime de preconceito nunca mais repetiu a agressão.
Chegará o dia em que Débora será apenas a professora Débora, sem ter que necessariamente ser lembrada por sua síndrome.
Foto: Site Carta Na Escola
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