Liberdade é pouco. O que desejo não tem nome |
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Pertencia a uma família de origem judaica que se viu obrigada a emigrar por conta da perseguição a judeus, durante a Guerra Civil Russa. Chegou ao Brasil ainda pequena, em 1922, com seus pais e duas irmãs, sob o nome de Haia Pinkhasovna. E por iniciativa do pai, todos mudaram de nome e Haia passa a se chamar Clarice. De alma e coração brasileiros, Clarice dizia não ter nenhuma ligação com a Ucrânia. Naquela terra eu literalmente nunca pisei: fui carregada de colo.
Logo que chegou, a família instalou-se em Maceió, até rumarem para o Recife. Em 1928, aos sete anos, Clarice aprendeu a ler e a escrever. Estudou inglês e francês e cresceu ouvindo o idioma dos seus pais, o iídiche. Pobre menina rica, foi sua primeira peça teatral, com três atos. Escreveu contos e peças na intenção de agradar a mãe que estava muito doente. Tempos depois, veio a falecer, quando Clarice tinha apenas 9 anos de idade. Em homenagem à mãe, compôs sua primeira peça para piano.
Em 1937, a família mudou-se para o Rio de Janeiro. Clarice graduou-se em direito. Aos 19 anos, publicou o seu primeiro conto Triunfo. Seis anos depois, casou-se com o amigo Maury Gurgel Valente, mesmo ano em que estreou na literatura com o romance Perto do Coração Selvagem, que retrata uma visão interiorizada do mundo da adolescência, e que cujo livro lhe rendeu o Prêmio Graça Aranha.
Porque há o direito ao grito. Eu grito |
Separada do marido, retornou para o Rio de Janeiro com os filhos. O primeiro trabalho foi no Jornal Correio da Manhã, onde assumiu a coluna Correio Feminino. No ano seguinte, assinou a coluna Só Para Mulheres no Jornal Diário da Noite. Lançou o livro de contos Laços de Família, que lhe deu o Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro. Em 1962, recebeu o Prêmio de Melhor Livro do Ano por A Maçã no Escuro.
Passou a viver isolada depois de sofrer queimaduras no corpo e na mão direita, por dormir com um cigarro aceso; mas nunca deixou de escrever. Em 1969, já tinha perto de doze volumes publicados. Recebeu o prêmio do X Concurso Literário de Brasília.
Clarice Lispector morreu no Rio de Janeiro, no dia 9 de dezembro de 1977. Seu corpo foi sepultado no cemitério israelita do Caju.
Fonte: E-Biografias
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