segunda-feira, 15 de agosto de 2022

A história quando contada através de seus patrimônios

 

Localizada às margens da rodovia Índio Tibiriçá, a
Capela de Nossa Senhora da Piedade passará por 
estudo de tombamento/Foto: Oi Diário
O homem já chegou à Lua, e hoje procura meios para pisar em solo marciano. Tanto o satélite quanto o planeta são lugares não explorados, e ainda vazios de história, tal como a Terra um dia assim o foi. Difícil para nós, humanos modernos, idealizar um território sem qualquer referência, porque nascemos num mundo já constituído de patrimônios – materiais e também imateriais. Logo, aquele museu, determinado folclore, o prédio da biblioteca, a igrejinha barroca, já estavam por aí antes mesmo de você. E é com a preservação de seus bens, histórico-culturais, como prédios, residências, danças, lendas, costumes, tradições, festejos, folclores, que uma comunidade se sustenta, uma cidade se estrutura, e a história se perpetua.

O Decreto Lei nº 25 de 1937 determina que, constitui patrimônio histórico e artístico nacional o conjunto de bens móveis e imóveis existentes no país e cuja conservação seja de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil. Estados e municípios têm suas regulamentações próprias de como preservar sua história. Suzano, município da região metropolitana de São Paulo, é um exemplo. O Conselho Municipal do Patrimônio Cultural (Compac) planeja, para ainda este ano, um estudo do tombamento da Capela de Santa Helena, da Capela de Nossa Senhora da Piedade, conhecida como Igreja do Baruel e da Festa do Baruel.

Muito mais que um dever do poder público, preservar um patrimônio é dever também de todo cidadão, para isso, de acordo com o presidente do Compac, Amaury Rodrigues, “o Conselho irá promover uma atividade educacional para a preservação do patrimônio com o objetivo de conscientizar a população sobre os benefícios e a importância da preservação do patrimônio material e imaterial. Além disso, irá promover em setembro o curso Introdução às técnicas retrospectivas do patrimônio histórico, voltado para o público acadêmico, e interessados em geral”.

“Qualquer cidadão pode ajudar a preservar a história da sua comunidade, para tanto basta indicar ao Compac um bem material ou imaterial que acredita ser significativo, e que necessite de proteção especial. O cidadão suzanense pode ser um guardião do bem público, respeitando e preservando as obras tombadas. Isso é garantir a história viva para as futuras gerações”, salienta Rodrigues.

Construída em torno de 1700, Igreja do
Baruel sofreu danos e foi reconstruída em
1916/ Foto: Acervo Secretaria de Cultura
de Suzano


Igreja do Baruel        

 No século XIX, uma tempestade fez desabar grande parte da capela de Nossa Senhora da Piedade, reconstituída tempos depois, no ano de 1916, pelo imigrante italiano Roberto Bianchi. Para comemorar a reinauguração da Igreja, teve início a tradicional Festa do Baruel, que, se inicia com a reza do terço de São Benedito, trinta dias antes da grande comemoração no mês de setembro, que é o Dia de Nossa Senhora da Piedade. A caminhada dos fiéis, do centro da cidade até o bairro, também é uma tradição centenária.

A comunidade na qual a igreja está localizada, às margens da rodovia Índio Tibiriçá, representa o marco do início do que mais tarde viria a ser a cidade de Suzano.

Por Elisa Marina

Nenhum comentário:

Postar um comentário